quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Mulheres e TI: entrevista com Cátia Kitahara, a moça da Comunidade WordPress Brasil

Mulheres e TI: entrevista com Cátia Kitahara, a moça da Comunidade WordPress Brasil . Qua, 28 de Dezembro de 2011 07:20 Administradora . Yaso - Blogueiras Feministas A internet foi feita por homens, entretanto, só evolui porque conta com a presença das mulheres 2.0, que povoam a superfície com conteúdo relevante. Nos bastidores da rede há uma incontestável diferença de número entre os gêneros. Existem mais homens construindo a Internet do que mulheres. Inconformada com isso, procurei valorizar as mulheres que eu conheço que atuam nessa area, e decidi começar com desenvolvedoras que também são designers. Meu modo de fazer isso é publicar uma série de entrevistas com algumas das mulheres mais competentes que eu tenho notícia por aqui. A inauguração vai à carater: conversei com Cátia Kitahara, a desenvolvedora e designer que fundou a comunidade WordPress Brasil. Cátia está no mercado de Tecnologia há onze anos. Cátia Kitahara Você considera o ambiente de trabalho machista? Se sim, em que tipo de ação esse machismo se revela? E na verdade, não sou a única mulher, não, tem também a moça da limpeza! O que revela mais um bocado de machismo. No começo do ano mudamos nossa empresa para um sobradão, no bairro de Perdizes. P@enei meses até que finalmente contratamos ela. Digo penei, porque eu como mulher fui criadadando extremo valor à manutenção da limpeza e da ordem do ambiente doméstico, enquanto os meninos, apesar de lavarem uma louça, fazer uma limpezinha aqui e acolá, consideram essa tarefa a última da lista de prioridades e estão acostumadíssimos que alguém faça isso para eles. A casa parecia uma república estudantil e o ambiente era bastante tenso para mim. Tive que ouvir com um sorriso amarelo no rosto a piadinha: “nem parece que tem uma mulher trabalhando aqui”. Está claro que o nosso objetivo é desenvolver software e que precisávamos contratar alguém especialmente para isso, mas não justifica esse comportamento machista. Para piorar tínhamos uma diarista, que era a única pessoa não registrada na empresa! E ainda houve quem questionasse a necessidade da gente contratar alguém de verdade. Quando você decidiu trabalhar com esse mercado, tinha consciência do ambiente machista que o envolvia? Como foi para você enfrentar isso? Já pensou em desistir? Não tinha, eu comecei fazendo uma pós e o grupo de alunos era bastante heterogêneo. Depois também trabalhei muito tempo como frila e não sentia tanto isso. Comecei a perceber mesmo quando me envolvi na comunidade do WordPress e só tinha eu de mulher. O que eu noto, é que não há resistência às mulheres, somos aceitas. O difícil é a convivência, aguentar essas coisas que eu relatei no dia-a-dia. Acho que nesse meio mais “culto” e “bem educado” fica mais difícil a gente se impor porque é um machismo maquiado, e os homens não se consideram machistas. Eles acham que feminismo é coisa de mulher chata, que não dá ou que é lésbica. Eles acham que qualquer reclamação minha é “coisa da minha cabeça”. Um ambiente desequilibrado assim é muito ruim. Sinto muita falta de ter outras mulheres para me apoiar e prá desabafar. Admito que podem ter coisas da minha cabeça, mas não dá prá se ter uma avaliação neutra num ambiente desequilibrado e sendo minoria. Para piorar, quando tivemos essa conversa na empresa onde trabalho, tive que ouvir o comentário disfarçado de piada: “Essa mina vai ter que ser muito gostosa!” É difícil os meninos compreenderem como isso é ofensivo e sem graça. Eu sei que eu mesma não estou isenta de ser preconceituosa, também caio na armadilha das piadinhas “inofensivas”. Não gosto de ser politicamente correta, não gosto de vigilantismo, de censura, mas acho que temos que ter bom senso, ou viramos um idiota, como o Rafinha Bastos. Já pensei em desistir, também por outras razões, mas com certeza o machismo é uma delas. Você é a fundadora da comunidade Brasileira de WordPress. Sabemos que a maioria das pessoas que contribuem com Software Livre no Brasil são homens. Como você lida com isso? Como falei antes, eu sou aceita, e no geral sou bastante respeitada. O difícil são esses machismos do dia-a-dia. Nesse contexto do Software Livre, já sofreu reprovação de outras mulheres por escolher uma profissão que tem maioria masculina no meio? Não, nunca. Acho que tem muita mulher que nem sabe direito o que eu faço Você daria alguma recomendação para mulheres que querem contribuir com o Software Livre e trabalhar com desenvolvimento de Softwares com relação ao machismo no ambiente de trabalho? Putz, não tenho recomendação, porque eu mesma fico perdida e de repente tenho um piti por uma bobeira, depois de tantos sapos engolidos. O que eu acho é que a gente precisa se aproximar e compartilhar nossas experiências prá poder identificar a gravidade da coisa e ter meios para combater essa situação. Eu queria muito que os meninos com quem eu trabalho, e de quem eu gosto muito apesar disso tudo, ouvissem a opinião de outras mulheres a respeito de todos esses casos que eu relatei e percebessem como é muito chata essa situação e como eu perco as esperanças de um dia a gente atingir a igualdade de direitos. Atualmente, Cátia trabalha na empresa Hacklab como webdesigner, onde participou dos seguintes projetos: Núcleo Oikos, Página 22, Para Saber, Modo Bulb, Felipe Russo, Linha do Tempo da Cultura Digital, PNC – Plano Nacional de Cultura. O Hacklab é uma empresa de desenvolvimento de software e webdesign, especializada em WordPress, que suporta software livre, procurando publicar e distribuir as soluções desenvolvidas sempre que possível.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Violência .

Violência . Envie esse conteúdo para o email de um amigo Exibe a versão de impressão da página Retorna para a página anterior Programa Regional Cidades Seguras: Violência contra as Mulheres e Políticas Públicas - Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, El Salvador e Guatemala. Coordenado pelo UNIFEM Brasil e Cone Sul. Hoje na América Latina, muitas cidades são cenário de diversas manifestações de temos, exclusão e iniqüidade, que são obstáculos à prática de uma cidadania ativa, condição essencial de uma convivência democrática. Neste contexto, mulheres de diferentes condições sociais, raças, etnias, religiões demandam novas e mais enfáticas políticas públicas e ações para diminuir o impacto da violência em suas vidas. A tais preocupações responde no Programa Regional Cidades Seguras, cuja meta é contribuir em: “Fortalecer o exercício dos direitos cidadãos das mulheres na América Latina, a fim de reduzir a violência pública e privada que se exerce contra elas nas cidades”. Este Programa dá continuidade e aprofunda um processo de articulação entre organizações da sociedade civil e dos governos, já iniciado na região. Redes de mulheres e redes feministas vêm contribuindo nos últimos anos com o debate público, com a geração de propostas e com o avanço no conhecimento sobre violência de gênero, na perspectiva de incidir em políticas públicas, que em muitos casos demonstraram fraquezas e vazios que devem ser superados. Passeata pelo Dia Internacional da Mulher - Argentina Confira: Ações no Brasil e Cone Sul 2010 - Campanha do Secretário-Geral "UNA-SE pelo fim da violência contra as mulheres" e "Diga NÃO - UNA-SE pelo fim da violência contra as mulheres. Estratégia de implementação Em correspondência com o propósito e com os resultados esperados,a a implementação do Programa se estrutura em torno de quatro linhas de trabalho. Estas linhas respondem a uma estratégia que se propõe articular a incidência – ou o impacto direto – no incremento do fortalecimento dos direitos das cidadãs mulheres, com a generalização e a transferência de novos conhecimentos e propostas a políticas, através de redes de intercâmbio, nos diferentes níveis (internacional, nacional e local). A aplicação de metodologias participativas, em ações de intervenção local em cidades, no enfoque do Programa constitui dos aspectos que se complementam e se potenciam. Em outras palavras, a implementação em terreno vai alimentar os novos conceitos e propostas, e estas vão renovar a prática em terreno. Linha 1: de Sistematização e Produção de Conhecimentos. Linha 2: Sensibilização e Capacitação de Atores. Linha 3: Desenvolvimento de Estratégias em Cidades: Modelos participativos de intervenção sócio-territorial Linha 4: Fortalecimento de redes, difusão e intercâmbio em espaços de debate nacional e internacional. Principais resultados Programa de intervenção nas cidades, por meio de ação conjunta de redes, governos locais, ONGs e organizações comunitárias. Com temática e abordagem inovadoras, o programa faz a vinculação com as diversas formas de violência contra as mulheres. Possibilita a produção de conhecimento e materiais educativos, realização de seminários internacionais e inclusão do tema de violência de gênero nas cidades, em agendas sociais e de governos. Tem modelos de intervenção implementados nas cidades de Rosario (Argentina), Bogotá (Colômbia) e Santiago do Chile (Chile); protocolo de cooperação com a Guarda Urbana em Rosario (Argentina); e acordo com o Ministério da Habitação (Chile) para a abordagem do tema no programa de melhoria dos bairros. Outros destaques: revisão do Plano de Ordenamento Territorial em Bogotá (Colômbia); campanhas de transporte público; participação comunitária e inclusão do tema nos Planos de Igualdade das Cidades; e cursos virtuais de pós-graduação sobre a temática violência contra as mulheres. Iniciado no Cone Sul, essa iniciativa foi ampliada para programa regional latino-americano e inspirou a criação de um programa global do UNIFEM. Resultados esperados a longo prazo Ampliação do conhecimento e fortalecimento do debate público sobre a segurança das mulheres nas cidades - Através da sistematização de experiências e conhecimentos acumulados – particularmente nos países da Região – e da produção de novos conhecimentos no assunto, que permitem a geração de propostas de políticas públicas desde uma perspectiva de gênero. Incorporação do tema violência de gênero em agendas de organizações sociais e em políticas públicas - Através da implementação de estratégias de sensibilização à cidadania em geral e atores relevantes (gestores de políticas locais, líderes de organizações, etc.), acerca da origem e impacto da violência e o temor que afeta as mulheres nas cidades, e da necessidade de formular novas propostas. Assim mesmo serão implementados componentes educativos e de capacitação dirigidos a atores locais. Modelo participativo de intervenção sócio-territorial desenvolvido, replicado e incorporado em políticas públicas - Através da realização de experiências demonstrativas inovadoras, em três cidades da Região: Rosário, na Argentina; Santiago, no Chile; e Bogotá, na Colômbia, com colaboração de organizações de mulheres e governos locais e nacionais. Fortalecimento de redes para sua incidência frente aos governos e as instâncias a cargo de políticas públicas - Através da consolidação e da ampliação de vínculos de trabalho entre redes e organizações de mulheres, e com diversas instâncias que abordam demandas e temáticas vinculadas à cidade, à segurança, e à planificação do território, a nível internacional, regional latino-americano, nacional e das cidades Mais informações sobre o programa Cidades Seguras:

sábado, 10 de dezembro de 2011

Campanha pelo fim da violência contra mulheres e meninas

Campanha pelo fim da violência contra mulheres e meninas chega à 2ª Conferência Nacional da Juventude A 2ª Conferência Nacional da Juventude também será um espaço para convidar a juventude brasileira para unir-se pela eliminação da violência de gênero. Entre as atividades do evento, que acontece de hoje, 9/12, até segunda-feira, 12/12, o estande da ONU Mulheres faz a divulgação da Campanha do Secretário-Geral das Nações Unidas “Brasil: Una-se pelo Fim da Violência contra as Mulheres”. Na tarde de hoje, às 17h, os conferencistas poderão aderir à ação gravando depoimentos em vídeos sobre suas ações cotidianas pelo fim da violência de gênero. Além disso, também serão distribuídos materiais campanha, fomo folhetos e fitinhas de pulso. Para quem não puder participar da ação hoje, na segunda-feira (12/12), a gravação dos vídeos acontecerá das 10h às 11h. Liderada pelo Secretário-Geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, a campanha convoca os governos, a sociedade civil, as organizações de mulheres, os jovens, o setor privado, a mídia e todo o Sistema ONU para unir forças na erradicação do fenômeno global da violência contra as mulheres e meninas. Saiba mais em www.onu.org.br/unase. “A gente Escreve a Nossa História”Produzido pela ONU Mulheres, o folheto pretende sensibilizar a juventude para a reflexão sobre o impacto do racismo e sexismo na vida dos jovens brasileiros e os desafios para a desconstrução desses fenômenos. Com linguagem jovem e de fácil compreensão, o material aborda os temas de violência no namoro, masculinidades, educação e mercado de trabalho. As ilustrações em street art (grafite) foram feitas pelos artistas brasilienses Welton Profeta e Julimar dos Santos da Sem Vergonha Crew. 2ª Conferência Nacional da Juventude Gravação de mensagens em vídeo para a Campanha do Secretário-Geral das Nações Unidas “Brasil Una-se pelo Fim da Violência contra as Mulheres”Data: de 9 a 12 de dezembro de 2011Endereço: Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade – Brasília/DF Gravação de mensagens em vídeo para a Campanha do Secretário-Geral das Nações Unidas“Brasil Una-se pelo Fim da Violência contra as Mulheres”Data: Sexta-feira – 9 de dezembro de 2011Horário: das 17h às 18hLocal: Estande ONU Mulheres Sábado, 10 de dezembro de 2011Horário: das 11h às 12hLocal: Estande ONU Mulheres Responder Encaminhar ONU Mulheres Cone Sul onumulheres.conesul@unwomen.org

Mensagem de Michelle Bachelet, Diretora Executiva da ONU Mulheres10

Mensagem de Michelle Bachelet, Diretora Executiva da ONU Mulheres10 de dezembro de 2011 - Dia dos Direitos Humanos Hoje, Dia dos Direitos Humanos, refletimos sobre o ano que termina, ano em que pessoas marcharam nas ruas para acabar com a desigualdade, a injustiça e a tirania e para exigir seus direitos e liberdades fundamentais. Em 2011, fomos testemunhas de profundas mudanças históricas. Em grande número, mulheres, homens e jovens se reuniram para expressar suas frustrações e opiniões. Buscaram o conforto do companheirismo para dar voz a seus sonhos e esperanças para um futuro melhor e espalhar suas ideias através das redes sociais. Fomos testemunhas de uma mudança na maneira de lutar e reivindicar os direitos e liberdades fundamentais a que todos os seres humanos têm direito. Nesta comemoração do Dia dos Direitos Humanos mantemos o foco nas redes sociais, o que nos faz chegar a uma conclusão inevitável e emocionante: hoje mais do que nunca as pessoas podem exercer seu direito à liberdade de opinião e expressão sem interferência e de procurar, receber e dar informações e ideias graças às mídias sociais. A possibilidade de difundir informações e ideias está nas mãos de todos graças aos telefones celulares e às conexões de internet. As ideias detalhadas na Declaração Universal dos Direitos Humanos, adotada há 63 anos, podem, agora, se espalhar mais longe e mais rapidamente do que nunca antes na história. No Cairo, depois da revolta inicial em Tahrir Square, fui testemunha do poder das ideias e das redes sociais, quando me reuni com mulheres jovens líderes. Elas exigiam dignidade e os mesmos direitos iguais mo caminho da liberdade e da democracia. Queriam que as mulheres tivessem um papel equitativo na transição e no novo governo. Durante nossas conversas, elas tinham os telefones celulares em suas mãos e seus pontos de vista e as reações foram amplificados para além da nossa sala de reuniões e compartilhados com outras pessoas ao redor do mundo. Quando voltei ao Cairo, para me reunir com líderes de jovens de toda a região, foi inspirador testemunhar o lançamento histórico da União das Mulheres do Egito, composta por 500 organizações não-governamentais que mobilizaram as mulheres em recente processo eleitoral. O governo recebe sua autoridade a partir da vontade do povo e a democracia se vê fortalecida com a participação em pé de igualdade entre mulheres e homens. Hoje, o papel das mulheres para a paz e a democracia é celebrado em Oslo, quando três mulheres recebem o Prêmio Nobel da Paz: Presidente Ellen Johnson Sirleaf, da Libéria, sua compatriota Leymah Gbowee e Tawakkul Karman do Iêmen. Essas são três das muitas que, apesar dos enormes obstáculos e riscos pessoais, lutam pela paz, pela democracia e pelos direitos iguais. O Prêmio Nobel da Paz deste ano envia uma mensagem de que agora, no século 21, é o momento para que as mulheres tenham plena participação e condição de igualdade em todos os níveis da sociedade. Foi com essa visão que a ONU Mulheres foi criada no ano passado. Não descansaremos até que as mulheres e meninas desfrutem dos mesmos direitos, oportunidades e participação. Apoiaremos a justiça que atenda as mulheres e meninas em todos os países; nos alenta que as redes sociais difundam a voz da liberdade e da justiça para todas e todos.